segunda-feira, 26 de abril de 2010

Diversidade condenada


Não se ouve mais falar sobre a construção da malfadada usina. A  imprensa abandonou a polêmica sobre a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Os jornais apenas registraram, no sábado, a provavel entrada de mais uma construtora (OAS)  e que outras grandes empreiteiras, como Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, poderiam  voltar a participar da construção. Grande novidade! Dinheiro público em bolso de empresariado brasileiro não é novidade mais. O fato é que eles finalmente conseguiram, mais uma vez, através de negociatas escusas promover mais um crime ambiental nacional.

 Na região de sua cabeceira, o rio Xingu,  abriga o Parque Indígena do Xingu, o primeiro parque indígena do Brasil, sendo a principal fonte de água e alimentos para uma população de cerca de 4.500 índios que vivem no Parque. Constantemente ameaçado pela expansão da fronteira agrícola, com o consequente desmatamento na região de seus principais formadores, que se encontram todos fora da área do Parque. O rio Xingu é afluente do Amazonas, ficando à margem direita desse poderoso rio1.

 A área do Parque Indígena do Xingu, conta com mais de 27 mil quilômetros quadrados, incluindo as Terras indígenas Batovi e Wawi, está situado ao norte do estado de Mato Grosso, numa zona de transição florística entre o Planalto Central e a Floresta Amazônica. A região, toda ela plana, onde predominam as matas altas entremeadas de cerrados e campos, é cortada pelos formadores do rio Xingu e pelos seus primeiros afluentes da direita e da esquerda.

 A construção da usina Belo Monte, no rio Xingu, no estado do Pará, é motivo de discordância entre ambientalistas, índios, comunidades ribeirinhas e o governo e as principais indústrias do setor elétrico. De acordo com levantamentos feitos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),  Belo Monte vai afetar direta e indiretamente milhares de pessoas. Desde as comunidades isoladas que precisam do rio Xingu para se locomoverem, índios que terão que ser removidos das áreas que ficarão debaixo d’água até o ecossistema da região 2.
"A experiência internacional e brasileira mostra que o projeto custa quatro vezes mais que o previsto e isso mobiliza interesses muito poderosos, como os das grandes empreiteiras e empresas do setor elétrico. Tudo isso é protegido pelo Estado brasileiro, que oferece financiamentos, através do BNDES, a juros baixos, ou seja, uma enorme mobilização de recursos públicos para um interesse privado", afirma o professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Carlos Bernardo Vainer. Só no Xingu há uma biodiversidade quatro vezes maior do que a de todas as bacias da Europa juntas, que está a partir de agora condenada.



1- Wkpedia
2-SRZD

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